terça-feira, 8 de maio de 2007


“País precário saiu do armário”

O primeiro MayDay Lisboa saiu à rua no 1º de Maio. Mais de 300 pessoas se juntaram para dar visibilidade ao tema da precariedade e dançar contra a incerteza cada vez mais certa das nossas vidas.

Estudantes-trabalhadores trabalham em “call-centers”; recém licenciados trabalham cada vez mais fora da área em que se formaram; licenciados dificilmente encontram contractos; os contractos são cada vez mais curtos; os recibos verdes não dão direito à Segurança Social; as incertezas aumentam; a independência adia-se; a independência é difícil de manter.

E estas são razões suficientes para que vários grupos que têm surgido em diferentes faculdades se quisessem juntar a várias associações para construir a festa do Dia do Trabalhador (Precário).
A circulação dos panfletos e a colagem dos cartazes duraram até à Festa “Na Corda Bamba”, na Karnart. Passaram por lá centenas de pessoas, que se iam despedindo com um “até amanhã” – amanhã, o “dia de Maio”.

O dia 1 do “mês do coração” começou com a feijoada na Alameda D. Afonso Henriques e acabou molhado na Alameda da Cidade Universitária (pelo caminho ficaram o Ministério do Trabalho Temporário e o São Precário com o menino nos braços).
Aqui (onde, ironicamente, se constroem os precários), Carvalho da Silva diz aos milhares de pessoas que a “luta contra a precariedade laboral é uma luta de todos trabalhadores” – tema, aliás, aproveitado por João Proença, secretário geral da UGT, e por Vieira da Silva, Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social.

Se o MayDay, além de divertido, pôs toda a gente a pensar ou a falar de precariedade, então valeu o empenho.
Aproveitemos este empenho e esta energia para ir transformando o nosso quotidiano. E no próximo ano, há outro Maio (menos precário?).

Melhor para o coração, só sem vidas precárias.

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